...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector

Feliz Páscoa!


Que todos vocês tenham um domingo abençoado.
Que a vida se renove a cada dia.
Feliz Páscoa!
Grande abraço.
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Oração do amor não correspondido (Gabriel Chalita)

SENHOR,
Hoje estou triste. Meu coração dói, comprimindo o peito. Sinto-me tão pequeno, tão carente. Sinto-me desamparado. Chorar, já chorei tudo o que podia. Mas há um buraco dentro de mim que teima em não fechar. E com isso me angustia. Tu sabes, senhor, o quanto estou apaixonado. Sabes, o tamanho do meu desejo em estar com quem amo. E sabes, também, do sentimento de rejeição, de pequenez, que toma conta de mim. E eu, a cada dia, peço para não mendigar afeto. Mas não consigo. São noites que passo em claro. Não sei se é imaginação ou sonho.
Quando amanhece, não sei se dormi ou se fiquei a projetar imagens na minha cabeça. Mas acordo triste. Triste por saber que meu amor não me ama. E por mais que eu tente encontrar razões, não consigo. Só fico a me perguntar: Por quê? Porque não? Já fiz de tudo. (...)
As pessoas me dizem que é assim mesmo. Que o tempo será meu grande aliado para que esta ferida fique cicatrizada. Mas ninguém sabe me dizer quanto tempo será necessário para que, um dia, eu acorde, abra a janela, contemple a luz do céu e me sinta feliz. Eu quero esquecer SENHOR. Mas me sinto frágil. É tão triste o sentimento de rejeição. Eu quero esquecer SENHOR. (...)
Talvez, esse problema não seja tão importante para a humanidade. Há tantas pessoas que sofrem por coisas piores. Eu tenho tudo.tenho saúde. Tenho juventude. Tenho a vida toda pela frente. Mas hoje... hoje, tenho de ser honesto. O meu sentimento é de que não tem absolutamente nada. E de que a vida não faz o menor sentido. Há momentos em que eu me arrependo de ter começado a amar. MAs acho que não foi decisão minha. Surgiu. Veio do nada. Veio de um olhar, de um tom de voz, um sorriso, um abraço. Veio de um encontro num instante, me fez sentir totalmente diferente. E um frio na barriga começou a me acompanhar, e eu comecei a mudar a cada dia. (...)
Inventei histórias em minha cabeça para justificar o amor não amado. Mas agora, SENHOR, quero voar em outro horizonte. Pelo menos, hoje. Pelo menos, neste instante. Eu sei SENHOR, que o infinito é infinito. E é por isso que te peço forças. Minhas asas não podem ficar congeladas pela dor do amor. è preciso que eu recupere o poder de vôo. E ir adiante. Eu já existia antes de começar a viver esse amor. E tenho a certeza de que continuarei a existir depois que ele se for. E é por isso que quero voar. Quero voar SENHOR, e durante o meu vôo contemplar tudo que ficou esquecido durante essa minha passagem por um ninho que não me deu guarida. Não quero ter ódio. Não quero desejar mal. Só quero seguir meu vôo. (...)
A dor ainda não passou. A paixão teima em me fazer companhia e soprar em meus sentimentos alguma esperança. Não quero ter esse tipo de esperança. Quero recuperar o meu vôo e ir adiante. Quem sabe, neste lindo horizonte, algum pássaro queira me fazer companhia e o que hoje eu sinto será apenas a lembrança de uma dor profunda, que não existirá mais. Obrigada, SENHOR! Obrigada pelo dom do amor. Pela capacidade de sofrer. Obrigada, SENHOR! Obrigada por poder ser inteira em meus sentimentos. Antes isso do que a sensação de nunca ter amada, de nunca ter sofrido, de nunca ter existido. Este vendaval é violento, mas me faz sentir vivo. E isso é bom. Já estou um pouco melhor. Pelo menos agora, estou melhor. Amanhã, quando a dor voltar, lembrarei de TI e melhorarei um pouco mais. Até o dia em que a teia desta paixão me libertar, para talvez cair em outra. Mas quem sabe, da próxima vez, o encontro seja mais belo, e a flechada de erros atinja dois corações. E terei força pra esperar a dor passar e ver o amor ressurgir.
AMÉM!

Amor não correspondido: foi assim...

Quem não sofreu por um amor não correspondido? É verdade... As pessoas sempre dizem que não foi a primeira e nem será a última vez. Na verdade eu já havia sofrido por amor antes, mas não por um amor que não me amava  e sim por aquele que teve seu tempo e acabou.  Agora , tomar um chute e se sentir como aquele cachorrinho que caiu do caminhão de mudança...
  • Primeiro momento:  É o da falta de amor próprio. Você faz de tudo pro outro te querer de volta. Inclusive chora e age como criança.


  • Segundo momento: É o da raiva. Você desistiu de tentar e faz de tudo para odiar. Busca na memória as brigas e acentua os defeitos da pessoa.
  • Terceiro momento: É o da vingança. Você descobre que por mais que tente não consegue odiar com todas as forças, mas jura que vai se vingar. Pensa em coisas do tipo: “ainda vai comer na minha mão!” ou “Vai querer e eu é que não vou querer mais”.




  • Quarto momento: É o da dor de não poder fazer mais nada. Não adianta mais chorar, tentar odiar, pensar em  se vingar. Afinal, você ama e deixa apenas o sentimento se acomodar no peito enquanto vê, aos poucos, o outro saindo da sua vida.


  • Todo momento... É o de desejar  que ele saia dos seus sonhos e corra para te dar um abraço.


Quando a gente ama...

Foi tão fácil te amar e está sendo tão difícil esquecer.
Como o amor é simples, eu simplesmente amei tudo o que há de mais simples em você...
 Seu olhar, seu sorriso, seu jeito "asa" de ser e de se encantar pelas coisas simples.
Não tem explicação... A gente simplesmente ama!




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Quadrilha

         Às vezes penso que essa vida é mesmo como a Quadrilha de Drummond:
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
        Enquanto eu supervalorizo o sentimento seu que já foi, você desvaloriza o meu amor que é seu para querer aquele que não tem, porque o seu amor não ama ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
         Quem será que vai chegar?

Conversas ...

Literalmente da noite pro dia tudo acabou. Fico pensando como pode dizer que me amava naquela noite. Fico pensando com pode me beijar naquela noite, lavar o meu corpo e deixar que eu adormecesse nos seus braços. Por que não me explicou?  Por que não me orientou?  Porque não me ensinou e disse o que queria?
Agora trago a culpa da insatisfação. E sabe com o que isso mexe? Não, você não sabe, porque não esperou pra ver. Parecer que transferiu para mim tudo que já fiezeram com você. Eu merecia entender. Eu merecia uma chance, uma explicação. Mas você, com seu equívoco, da noite pro dia disse apenas... Não

Isso é muita sabedoria.

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.


Clarice Lispector
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Reinventar

Eu tento te odiar, mas não tem jeito. Passo horas do dia falando com você.
Invento a sua presença sempre que sinto sua ausência.
Você me irrita, eu te irrito. No fim eu te beijo.
Doze dias sem te ver, minha luz vai se apagando aos poucos como o sol deitando no mar, no fim da tarde.
Sigo me perdendo de mim porque fui toda pra você.
Agora já não sou mais eu nem pra mim.
Preciso me reinventar.
 Nunca mais serei a mesma, isso eu sei.
(28/03/11 - Noite)


A um ausente



Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.



Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.


Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.


Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

Saudade número dois...

Eu parei de contar os dias sem te ver.
Na verdade, esforçando-me pra te esquecer.
Mas ainda “morro de saudade e a culpa é sua”.


A breve história de nós dois.

Ela vivia sua vidinha quase normal. Contas, mercado, família e tal. Trabalho, leituras. Saía à noite, dançava, ficava. Beijava muito! Dirigia seu carro e voltava sempre sozinha. Tudo era certo, dentro dela nada acontecia. Ria com os amigos, bebia, brincava, mas sempre voltava.


Numa madrugada de domingo ele apareceu. Não como por encanto, mas sem perceber ela fora ao seu encontro. Trocaram olhares, se tocaram. Ele massageou-lhe as costas e a beijou. Trocaram carícias até o dia amanhecer. Ele pensara que na partida ela o rejeitaria e nunca mais a veria. Tamanho foi seu engano, pois ela penteou o seu cabelo e sorriu. Houve um selinho de despedida e em seus lábios a promessa de um novo encontro.
Reencontraram-se um dia depois e não passaram mais um dia sem se ver. Tudo era muito bom ao mesmo tempo muito bom ainda era muito pouco. Eles se abraçavam querendo ser um só. Sentiam uma saudade urgente a cada minuto em que ficavam distantes um do outro. Ela fugia do trabalho, ele corria ao seu encontro. Era verão... Praia, bares, mãos dadas, afagos e cortesias. Descobriram, certa noite, que estavam apaixonados:
_ Eu te amo!
_ Eu também te amo!
                Ele sussurrava em seu ouvido: te amo, te amo, te amo, te amo e a enchia de prazer. Amaram-se intensamente, não de corpo, mas de alma para alma. Já fazia duas semanas e ela parou de pensar no tempo. Para os que racionalizam, o tempo em que estavam juntos poderia ser considerado, mas ela não pensava mais, ela não queria compreender, ela só sentia e por isso entregou-lhe seu coração e tomou para si presença dele em sua vida. Fazia planos mentalmente e estava certa que daria certo. Sentia-se pela primeira livre, embora ainda tivesse presa a algumas amarras da vida, mas ainda assim sentia-se livre com ele. Finalmente encontrara o seu amor.
                Completaram três semanas de amor. Durante esse tempo ele a levou no mais alto do céu, vislumbravam as estrelas mais brilhantes, as nuvens pareciam algodão doce coloridos, a vida sob seus pés às vezes parecia distante, era ele e ela. Foi quando lá do alto céu ele, em sua confusão, a jogou do avião sem para quedas, e ela caiu... Não morreu, mas sofre até hoje do coração.
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Saudade número um...

O fim de semana se aproxima, a semana inteira passa e o desejo de ter ver não finda.
Lembro bem. Teus olhos me fitaram naquela terça-feira, duas contas especialmente brilhantes.
Tua boca ... Ai, tua boca! Queria tê-la agora no meu beijo.
Como sinto tua ausência... Como ainda sinto tua presença, meu amor.
(18/03/11 - Tarde - Curso - Trabalho - Que saco!)


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