Mar, ilha distante





Mar, ilha distante
Luz do sol a guiar
Movimento de cores vibrantes
Impressionismo para amar...

Distante, Mar, ilha
Suas ondas vêm me buscar
Me guiar por suas cores vibrantes
Luz do sol, movimento...
Impressionante, 
amar 
Mar, ilha distante.


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Muito prazer!




Se queres saber o suficiente a meu respeito, vou te contar. Lápis e papel:
Sagitariana, ascendente escorpião.
Cabeça nas nuvens e os pés também.
Alma livre, mas não suporto solidão.
Rolo uma pedra para o topo do monte: Amizade.
Roubo um raio de sol para acender tua noite: Sensibilidade.
Paro de falar caso queira: Paciência.
Contemplo o Sol, a Lua,  o mar, o céu e as estrelas; gente, bicho, criação: Bondade.
Atravesso mares, desertos e precipícios para encontrar minha flor: Desejo.
Afundo no fundo de seus olhos e fico neles até que se fechem: Lealdade.
Admiro as cores das coisas simples: Amor.
Agora que sabes, não mangues de mim.  Também posso ser prática como uma faca e objetiva como um corte. Crio e recrio todas essas imagens, eu sou assim.
O tempo? O tempo foi ontem, é agora, qualquer hora, sem medir... Isso eu chamo de intensidade.

Muito prazer!


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Sou no horizonte aquela flor
Que no verão nasceu
No outono ressecou
No inverno adormeceu
Para acordar a Primvera.

Chamam-me menino de rua.
Engraçado: 
minha casa não está numa rua.
minha rua não tem número.
O mais triste:
sou menino de rua! 

Paulo de Bereia

Texto do professor Vantuil (Paulo de Bereia), feito em 01/08, volta às aulas.

Primeiro selo!

Ganhei esse primeiro selo da Danielle, do blog http://lerdetudo.blogspot.com

Dani, 

É muito bom saber que este blog, de alguma forma, acalanta outros corações. 
Sua presença aqui faz com que esse blog seja show.
Obrigada pelo presente e reconhecimento.



Regras:

1- Você poderá postar o selinho no seu blog, para que todos que passarem por lá vejam o quanto seu blog é show.

2- Indicar 5 blogs que você acha que é um show.

3- Notificar ao blog. 
 
Minhas indicações:
 
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2. Marcas que a vida deixou: http://s-umavidapararecordar.blogspot.com/
 
3. Quero um sorriso: http://janarhein.blogspot.com/
 
 
5. Eu acho que simplesmente não sei: http://euachoqueusimplesmentenaosei.blogspot.com/
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Mude o clima


O verão me esquentou, o outono me inspirou e agora é inverno.
A primeira semana de julho foi de arrasar. Frio, chuva, céu pesado, nublado, mesmo assim saí para almoçar com uma amiga. No caminho ela dizia da tristeza que esse tempo te trazia em oposição a sua energia, alegria e disposição no verão. Fiz um comentário curto baseado no que ouvia as pessoas falarem sobre o assunto: realmente muitas pessoas se sentem assim em relação ao tempo. Acabou. Não prolonguei a conversa até porque estava me sentindo muito bem, mesmo toda agasalhada. Como não costumo deixar as coisas passarem, nem mesmo uma simples conversa sobre o tempo, voltei a pensar no assunto. Lembrei de Quintana que tratava o tema com irreverência: "Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove - não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo..."
Pois é poeta, no céu é assim, mas aqui realmente o tempo e suas alterações no clima influenciam a vida e o humor das pessoas.
Pesquisas revelam que nos países onde o clima é mais frio o índice de casos de suicídios e pessoas com depressão é maior do que nos lugares cujo o clima é tropical. Isso acontece porque a exposição ao sol ocasiona o aumento da produçao de neurotransmissores responsáveis pelo humor, pelo controle do sono, pela sensação de prazer e bem estar.
Os dias mais quentes, como os de verão, são um convite ao convívio social. Ruas cheias, praias, bares, áreas de lazer. Amigos, conversas fiadas... Liberdade.
Mas, nesses dias tão estranhos? O frio, o degradê de tons cinzas no céu, propiciam o comportamento intropesctivo. Esse seria um bom momento para reflexões filosóficas, profundamente pessoais. Momento de descanso, reposição de energias. Contudo, para alguns, significa intensa melancolia.
Assim, aí vão algumas dicas para mudar o clima ... em nós. Alimente-se de pratos ricos em triptofano e carboidratos, ria das nuvens, ponha o sol no seu coração e siga "singing in the rain".
E, para encerrar, trago Gene Kelly, mudando o clima com um belíssimo Sol dentro do peito. Curtam!

"I'm singing in the rain"


Viver, amar, valeu!




Ela se perdeu para se encontrar
e percebeu que se descobria 
enquanto pensava que perdia 
ou se perdia.
O interessante é sofrer a metamorfose da vida e do amor 
para renascer e se sentir viva.
Ah, Valeu!


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Viver, amar, valeu!

Quando a atitude de viver
É uma extensão do coração
É muito mais que um prazer
É toda carga da emoção
Que era o encontro com o sonho
Que só pintava no horizonte
E, de repente, diz presente
Sorri e beija a nossa fronte
E abraça e arrebenta a gente
É bom dizer viver, valeu


Ah! já não é nem mais alegria
Já não é nem felicidade
É tudo aquilo num sol riso
É tudo aquilo que é preciso
É tudo aquilo paraíso
Não há palavra que explique
É só dizer viver, valeu


Ah! eu me ofereço esse momento
Que não tem paga e nem tem preço
Essa magia eu reconheço
Aqui está a minha sorte
Me descobrir tão fraco e forte
Me descobrir tão sal e doce
E o que era amargo acabou-se
É bom dizer viver, valeu
É bom dizer amar, valeu.
Amar, valeu.

(Gonzaguinha)
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Enquanto rasgo as roupas velhas,
Livro-me dos trapos sob o corpo,
Faleço um pouco.



Ex - amor

Você mentiu para mim, aliás mentiu para você. Mas, isso tanto faz. O importante é que até ontem eu sonhava com você. Até ontem eu queria te beijar, te agarrar, te tocar. Até ontem você era a primeira pessoa que eu penava quando abria os olhos, pela manhã, e a última que pensava antes de dormir. Sentia aquela saudade urgente, por isso fui te ver. Até ontem me consumia acreditando que perdia algo por não estar ao seu lado. Mas, ontem descobri que quem perdeu foi você, possibilidades que desconhece e, que talvez, até eu mesma desconheça.Ontem descobri você: medoroso e superficial. Descobri meu brilho voltando, minha luz se acendendo, me descobri: eu, porque simplesmente, desde ontem, parei com você. Obrigada por isso.


 MEU ÚLTIMO POST SOBRE VOCÊ

Bom pessoal, até agora este espaço guardou os pensamentos e sentimentos meus que estavam sempre ligados a uma pessoa, a um relacionamento que na prática tinha acabado, mas no meu peito ainda doía. Ontem, como podem ler acima de fato acabou para mim. Estou me sentindo aliviada e feliz. Percebi que sou o centro da minha vida e não o meu amor. Então, o Acalanto.Com, assim como eu, despe-se das roupas velhas e assume outra perspectiva. Espero que gostem e que continuem me visitando.
Abraços

Chega

Último domingo de outono que penso em você. 
Aproxima-se o Tempus Autumnus, tempo do acaso.
Tempo de te esquecer.
Lá fora o vento toca as árvores, 
Nuas, secas, inférteis
Como meu coração agora. 
É inverno...




Mudando o Rumo da Prosa: Idosos

O Acalanto.Com mais uma vez muda o rumo da prosa, pois, mesmo partido, o coração ainda pulsa. Desta vez, movido não pelo amor romântico, avassalador, mas pelo amor puro e generoso, pelo amor livre pela vida e, sobretudo, pelo próximo.

Estamos falando daquele próximo que nos antecedeu. Aquele grupo de pessoas que hoje compreende 8,6% da população do país, cerca de 14,5 milhões de acordo com o Censo 2000 do IBGE: os idosos.

Envelhecer é o processo natural pelo qual todos deveriam passar, contudo é tão incerto quanto viver. Apesar de sabemos que a expectativa de vida da população brasileira aumentou na última década, a partir dos avanços técnicos, especialmente na área da saúde, acreditamos que muitas pessoas não chegam a experimentar essa fase: são os infortúnios da vida.

O poeta gaúcho Mário Quintana, no auge de sua "madura terceira idade", escreveu: "velhice é quando um dia as moças começam a nos tratar com respeito e os rapazes sem respeito nenhum". Entendo que essa frase do Quintana reflete a posição do velho, idoso na sociedade. Poderíamos pensar apenas no tratamento oferecido ao idoso, contudo, o poeta me faz pensar para além. Ele realça a passividade de sua condição de velho, revelando assim, sua fragilidade e dependência. 

Para muitos envelhecer é um processo doloroso marcada pela ausência de vida e reforçado pela representação social da velhice construída no decorrer dos tempos. Cecília Meireles evidencia esse pensamento em seu poema "Retrato".

 

Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"



Linda a reflexão lírica que Cecília realiza a partir do estranhamento de sua aparência, das alterações em seu próprio corpo e da maneira de sentir o mundo: "eu não tinha esse coração que nem se mostra". 

De fato, o idoso representou durante muito tempo, e em alguns casos ainda representa o grupo improdutivo, sem força, incapaz. Observamos isso pelo abandono, pela falta de respeito ou até mesmo pela super proteção das famílias que impedem os idosos de realizarem tarefas como as de rotina, por exemplo.

Entretanto, em tempos que a sociedade (os grupos que a compõe) clama pela justiça social, igualdade, respeito e dignidade é instituído o Estatuto do Idoso destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2.º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

 

 

Art. 3.º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.

 

 

Ao ler alguns artigos do Estatuto do Idoso e pensar na situação de muitos velhos hoje, lembrei de meus estudos sobre as sociedades sem escrita, nas quais o conhecimento era passado oralmente pelos membros mais velhos. Herdamos essa cultura e qualquer um que seja maior de 30, acredito eu, ainda se lembra das coisas que a vovó dizia.

Assim, em respeito aos mais velhos e a cultura oral que trago para este espaço as palavras de Seu José Fajardo. Pai, tio, avô, bisavô que aos 83 anos curte as dores e as delícias da velhice. Em uma visita a Seu Zé ,que acabara de sair do hospital afetado por uma pneumunia, rimos, nos emocionamos e ouvimos a voz da experiência. Para alguns pode parecer bobagem, mas para Seu Zé, ser ouvido, respeitado e ter seus versos postados nesse blog fez e faz uma grande diferença. Ele dizia:

 

A vida é mesmo assim

Tudo tem fim

Tem que se conformar

Não se lamentar

Abre seu coração

Tem no jardim uma flor

Ontem foi botão, hoje já murchou.

 

 Seu Zé

E, para encerrar esse post, lembremos de Olavo Bilac que como uma árvore velha, bela e forte, nos agasalha com seus versos mostrando as alegrias da velha idade.

 

Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!


Essa postagem segue em memória de minha avó que faleceu aos 92, de meu pai que aos 73 anos, de minha tia Mima aos 78 e para minha mãe que tem 74, minha tia, 76 anos e meu tio e padrinho, 83 anos. Obrigada a todos vocês por ainda existirem na minha vida.

 


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Enquanto a cidade arde
Eu fujo pra ter calma
Eu fujo pra ter alma.

Eu odeio o dia dos namorados!

Passei a semana inteira repetindo a frase: eu odeio o dia dos namorados! No trabalho, quando alguém planejava o domigo, eu resmungava. Quando passava pelas ruas e via todas as lojas cheias de corações, pensava comigo mesma: eu od... Entrei em uma loja com duas amigas para comprar uma trufa, avistei uma prateleira que estava decorada com canecas de louça que guardavam chocolates de todas as formas que se pode representar o amor. Uma das canecas dizia: "Se eu tivesse 100 corações, todos seriam seus ". Que lindo! Queria tanto poder comprá-la, mas não teria para quem dar. Que ódio! Saí da loja esbravejando: EU ODEIO O DIA DOS NAMORADOS! Hoje, quando despertei, logo pela manhã, imaginei, meio desanimada, como seria o domingo. Mas, quando abri a janela da sala, lá estava ele, lindo, louro e radiante. Abraçou-me calorosamente. Era o Sol que chegara para aquecer meu dia e encher-me de energia. Naquele momento percebi o meu amor recalcado. Hoje é só mais um dia para se amar, como são todos os dias para quem ama. Então, que sejam felizes todos os casais, que sejam felizes todos os sozinhos e solitários que amam o outro, o próximo e sobretudo, a si mesmo.

"Eu tenho muito mais do que 100 corações".



O estado - Meta-físico- do amor




O meu amor é ebulição.
Ferve em minh`alma
Inquieta e acalma:
-Con- fusão.
É sólido como o meu corpo
Quando encontra o teu corpo:
-Sublim-ação

Medo


Não tenho medo de você

Tenho medo do que sinto por você
Tenho medo do tempo que não passa
E do mundo que não para pra eu descer.

Eu não tenho medo de você
Tenho medo do seu corpo, imã
Tenho medo da sua boca, lima
E medo dos seus olhos não me ver.

Não tenho medo de você
Tenho medo das lembranças que me assombram
Tenho medo da saudade urgente que me mata aos poucos
E tenho medo de saber
Que mesmo depois de tantos medos perdidos contigo
E mesmo depois de tantos medos que trocaste comigo
Eu nunca mais vou te querer.

Pensamentos, fragmentos...


Pensamentos, fragmentos
Ser humano...
Sentimentos por quê?
Já não sou
Já não sei


Feito criança afoita
Desfolho as páginas da vida
Apressada, buscando em cada dia que finda
Um tema novo
Outro enredo
O final feliz.


Mas são apenas pensamentos, fragmentos
É o tempo...
E a criança afoita
Desfolha as páginas da vida
Buscando em cada dia apressada
E... nada.

Ainda é noite


É noite
Falta-me inspiração
Porque sobra-me desejo
Falta-me seu beijo
Falta-me razão.

É noite
A dama de prata taciturna
Dança e me lança, afunda
Solidão

É noite
Falta-me inspiração
Porque sobra-me tesão
Falta-me seu corpo
Falta-me razão.

É noite
Queima, arde, encendeia
A cama, o oco,
O vazio, o frio.

Quem dera fosse dia
Mas, ainda é noite.

Mudando o rumo da prosa: Educação.

Bom pessoal, esse espaço foi criado para que eu pudesse expor e dividir minhas dores, angústias e até alegrias advindas de um relacionamento prematuramente acabado. Mas, nesse momento, como educadora que sou, não teria como não utilizá-lo para abordar o tema educação, em especial valorização do profissional do magistério.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96 estabelece no artigo 3º, inciso VII, o princípio da valorização do profissional da educação escolar. Esse princípio vem sendo negligenciado pelas políticas públicas de educação. Desta forma, nós atuamos na área que concentra os mais baixos salários do setor público. Apesar do assunto estar na pauta do dia faz tempo, o poder público ainda não criou instrumentos e mecanismos para que esse princípio saísse dos papéis e dos discursos. Caberia, então, à sociedade exigir o cumprimento da Lei.
Nesse sentido, o Acalanto.Com parabeniza a participação da professora Amanda Gurgel, em audiência púbilca, denunciando essa situação. Tenho certeza que a fala da professora  do Rio Grande do Norte é o eco das vozes dos professores de todo o país. Fico com o coração acalantado ao assistir, no vídeo que segue, a democracia e a participação se concretizando. Mais uma vez, parabéns Amanda e obrigada.


Se




Se me pedisse com jeitinho:
Amor, volta pra mim?
Se me falasse bem baixinho
Se sussurrasse ao pé do ouvido
E arrancasse o meu vestido
Se me amasse com ternura
Se me banhasse com seus beijos
E me rasgasse de desejo.
Se eu acordasse bem cedinho
Se eu te cobrisse de carinho
E e te levasse o café na cama
Se eu te pedisse com jeitinho
Se eu te falasse bem baixinho
E sussurrasse ao pé do ouvido
Se eu arrancasse
Se eu te amasse
Se eu te banhasse
E te rasgasse
Se eu acordasse ...

(noite, frio de outono, 17/05/11)

Domingo, Neruda e Você.

      Domingo, outono, as folhas secas cobrem o quintal. A promessa da renovação que se anuncia nesta estação. O sol pálido seca lentamente o meu rosto. É a lembrança de seus olhos. Penso em Neruda: chegar ao outono, atravessar o inverno para no verão dormir com os olhos da amada, abrindo mão, assim, da primavera. O vento sopra em meus cabelos, distraio-me com o passarinho preguiçoso que desperta no varal e as roupas úmidas que insistem em secar lentamente. Como vou trabalhar amanhã? Uma nuvem transitória timidamente se aproxima: vem chuva! E você?
         Domingo, outono, Neruda e você em mim... ainda.
(domingo, 14/05, tarde de outono)


Te amo sem saber como, nem quando, nem onde
Te amo directamente sem problemas nem orgulho:
Assim te amo porque não sei amar de outra maneira.
Pablo Neruda

Um dia daqueles...



O mar
E eu 
E o mar... em mim. 





Praia da Boa Viagem, 22:14. Ela viveu um dia daqueles. Aliás, ultimamente todos os seus dias eram daqueles. Ela o viu e pela primeira vez não tremeu. Mas seu corpo pedia, sua boca queria e as mãos não resistiram acariciar seus cabelos sob o pretexto do desarrumado. Seguiram juntos no mesmo carro. Silêncio profundo. De repente, as duas vozes em um único som... Eu. Mas o assunto era banal. Ela queria dizer que estava com saudade e precisava de um abraço seu. Sentiu medo. Queria ouvir: "Estou com saudade, me dá um abraço." Ela distría-se olhando para o seu rosto imaginando sua expressão ao ouví-la dizer... É... Eu... Nó na garganta, borboletas na boca do estômago e o terror da rejeição  Emudeceu, esmoreceu e decidiu seguir seu dia daqueles, como eu disse. Ela estava mal humorada, não era TPM. Ultimamente os seus dias tinham sido sempre daqueles.

Saudade número três...


Saudade da música

Aquela música

Tema que nunca escolhemos.

Saudade de tantos lugares

Aqueles onde nunca estivemos.

Saudade das datas felizes

Natais, aniversários

Que nunca vivemos.

Saudade dos planos futuros

Casa, amigos, família, casar

Tudo que não nos prometemos.

Saudade do amor

Ah! o amor...

Saudade do amor que nunca fizemos.

O fim


O pingo

A gota

Tua boca...

O hiato

Minha boca.

A noite passada

Exaustão

Pela manhã

O amor jogado no chão.

Minha mão...

O hiato

Teu corpo.

O pingo
A gota

O espanto

O pranto.
...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.

Clarice Lispector

Feliz Páscoa!


Que todos vocês tenham um domingo abençoado.
Que a vida se renove a cada dia.
Feliz Páscoa!
Grande abraço.
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Oração do amor não correspondido (Gabriel Chalita)

SENHOR,
Hoje estou triste. Meu coração dói, comprimindo o peito. Sinto-me tão pequeno, tão carente. Sinto-me desamparado. Chorar, já chorei tudo o que podia. Mas há um buraco dentro de mim que teima em não fechar. E com isso me angustia. Tu sabes, senhor, o quanto estou apaixonado. Sabes, o tamanho do meu desejo em estar com quem amo. E sabes, também, do sentimento de rejeição, de pequenez, que toma conta de mim. E eu, a cada dia, peço para não mendigar afeto. Mas não consigo. São noites que passo em claro. Não sei se é imaginação ou sonho.
Quando amanhece, não sei se dormi ou se fiquei a projetar imagens na minha cabeça. Mas acordo triste. Triste por saber que meu amor não me ama. E por mais que eu tente encontrar razões, não consigo. Só fico a me perguntar: Por quê? Porque não? Já fiz de tudo. (...)
As pessoas me dizem que é assim mesmo. Que o tempo será meu grande aliado para que esta ferida fique cicatrizada. Mas ninguém sabe me dizer quanto tempo será necessário para que, um dia, eu acorde, abra a janela, contemple a luz do céu e me sinta feliz. Eu quero esquecer SENHOR. Mas me sinto frágil. É tão triste o sentimento de rejeição. Eu quero esquecer SENHOR. (...)
Talvez, esse problema não seja tão importante para a humanidade. Há tantas pessoas que sofrem por coisas piores. Eu tenho tudo.tenho saúde. Tenho juventude. Tenho a vida toda pela frente. Mas hoje... hoje, tenho de ser honesto. O meu sentimento é de que não tem absolutamente nada. E de que a vida não faz o menor sentido. Há momentos em que eu me arrependo de ter começado a amar. MAs acho que não foi decisão minha. Surgiu. Veio do nada. Veio de um olhar, de um tom de voz, um sorriso, um abraço. Veio de um encontro num instante, me fez sentir totalmente diferente. E um frio na barriga começou a me acompanhar, e eu comecei a mudar a cada dia. (...)
Inventei histórias em minha cabeça para justificar o amor não amado. Mas agora, SENHOR, quero voar em outro horizonte. Pelo menos, hoje. Pelo menos, neste instante. Eu sei SENHOR, que o infinito é infinito. E é por isso que te peço forças. Minhas asas não podem ficar congeladas pela dor do amor. è preciso que eu recupere o poder de vôo. E ir adiante. Eu já existia antes de começar a viver esse amor. E tenho a certeza de que continuarei a existir depois que ele se for. E é por isso que quero voar. Quero voar SENHOR, e durante o meu vôo contemplar tudo que ficou esquecido durante essa minha passagem por um ninho que não me deu guarida. Não quero ter ódio. Não quero desejar mal. Só quero seguir meu vôo. (...)
A dor ainda não passou. A paixão teima em me fazer companhia e soprar em meus sentimentos alguma esperança. Não quero ter esse tipo de esperança. Quero recuperar o meu vôo e ir adiante. Quem sabe, neste lindo horizonte, algum pássaro queira me fazer companhia e o que hoje eu sinto será apenas a lembrança de uma dor profunda, que não existirá mais. Obrigada, SENHOR! Obrigada pelo dom do amor. Pela capacidade de sofrer. Obrigada, SENHOR! Obrigada por poder ser inteira em meus sentimentos. Antes isso do que a sensação de nunca ter amada, de nunca ter sofrido, de nunca ter existido. Este vendaval é violento, mas me faz sentir vivo. E isso é bom. Já estou um pouco melhor. Pelo menos agora, estou melhor. Amanhã, quando a dor voltar, lembrarei de TI e melhorarei um pouco mais. Até o dia em que a teia desta paixão me libertar, para talvez cair em outra. Mas quem sabe, da próxima vez, o encontro seja mais belo, e a flechada de erros atinja dois corações. E terei força pra esperar a dor passar e ver o amor ressurgir.
AMÉM!

Amor não correspondido: foi assim...

Quem não sofreu por um amor não correspondido? É verdade... As pessoas sempre dizem que não foi a primeira e nem será a última vez. Na verdade eu já havia sofrido por amor antes, mas não por um amor que não me amava  e sim por aquele que teve seu tempo e acabou.  Agora , tomar um chute e se sentir como aquele cachorrinho que caiu do caminhão de mudança...
  • Primeiro momento:  É o da falta de amor próprio. Você faz de tudo pro outro te querer de volta. Inclusive chora e age como criança.


  • Segundo momento: É o da raiva. Você desistiu de tentar e faz de tudo para odiar. Busca na memória as brigas e acentua os defeitos da pessoa.
  • Terceiro momento: É o da vingança. Você descobre que por mais que tente não consegue odiar com todas as forças, mas jura que vai se vingar. Pensa em coisas do tipo: “ainda vai comer na minha mão!” ou “Vai querer e eu é que não vou querer mais”.




  • Quarto momento: É o da dor de não poder fazer mais nada. Não adianta mais chorar, tentar odiar, pensar em  se vingar. Afinal, você ama e deixa apenas o sentimento se acomodar no peito enquanto vê, aos poucos, o outro saindo da sua vida.


  • Todo momento... É o de desejar  que ele saia dos seus sonhos e corra para te dar um abraço.


Quando a gente ama...

Foi tão fácil te amar e está sendo tão difícil esquecer.
Como o amor é simples, eu simplesmente amei tudo o que há de mais simples em você...
 Seu olhar, seu sorriso, seu jeito "asa" de ser e de se encantar pelas coisas simples.
Não tem explicação... A gente simplesmente ama!




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Quadrilha

         Às vezes penso que essa vida é mesmo como a Quadrilha de Drummond:
João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
        Enquanto eu supervalorizo o sentimento seu que já foi, você desvaloriza o meu amor que é seu para querer aquele que não tem, porque o seu amor não ama ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
         Quem será que vai chegar?

Conversas ...

Literalmente da noite pro dia tudo acabou. Fico pensando como pode dizer que me amava naquela noite. Fico pensando com pode me beijar naquela noite, lavar o meu corpo e deixar que eu adormecesse nos seus braços. Por que não me explicou?  Por que não me orientou?  Porque não me ensinou e disse o que queria?
Agora trago a culpa da insatisfação. E sabe com o que isso mexe? Não, você não sabe, porque não esperou pra ver. Parecer que transferiu para mim tudo que já fiezeram com você. Eu merecia entender. Eu merecia uma chance, uma explicação. Mas você, com seu equívoco, da noite pro dia disse apenas... Não

Isso é muita sabedoria.

Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.


Clarice Lispector
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Reinventar

Eu tento te odiar, mas não tem jeito. Passo horas do dia falando com você.
Invento a sua presença sempre que sinto sua ausência.
Você me irrita, eu te irrito. No fim eu te beijo.
Doze dias sem te ver, minha luz vai se apagando aos poucos como o sol deitando no mar, no fim da tarde.
Sigo me perdendo de mim porque fui toda pra você.
Agora já não sou mais eu nem pra mim.
Preciso me reinventar.
 Nunca mais serei a mesma, isso eu sei.
(28/03/11 - Noite)


A um ausente



Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.



Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.


Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.


Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

Saudade número dois...

Eu parei de contar os dias sem te ver.
Na verdade, esforçando-me pra te esquecer.
Mas ainda “morro de saudade e a culpa é sua”.


A breve história de nós dois.

Ela vivia sua vidinha quase normal. Contas, mercado, família e tal. Trabalho, leituras. Saía à noite, dançava, ficava. Beijava muito! Dirigia seu carro e voltava sempre sozinha. Tudo era certo, dentro dela nada acontecia. Ria com os amigos, bebia, brincava, mas sempre voltava.


Numa madrugada de domingo ele apareceu. Não como por encanto, mas sem perceber ela fora ao seu encontro. Trocaram olhares, se tocaram. Ele massageou-lhe as costas e a beijou. Trocaram carícias até o dia amanhecer. Ele pensara que na partida ela o rejeitaria e nunca mais a veria. Tamanho foi seu engano, pois ela penteou o seu cabelo e sorriu. Houve um selinho de despedida e em seus lábios a promessa de um novo encontro.
Reencontraram-se um dia depois e não passaram mais um dia sem se ver. Tudo era muito bom ao mesmo tempo muito bom ainda era muito pouco. Eles se abraçavam querendo ser um só. Sentiam uma saudade urgente a cada minuto em que ficavam distantes um do outro. Ela fugia do trabalho, ele corria ao seu encontro. Era verão... Praia, bares, mãos dadas, afagos e cortesias. Descobriram, certa noite, que estavam apaixonados:
_ Eu te amo!
_ Eu também te amo!
                Ele sussurrava em seu ouvido: te amo, te amo, te amo, te amo e a enchia de prazer. Amaram-se intensamente, não de corpo, mas de alma para alma. Já fazia duas semanas e ela parou de pensar no tempo. Para os que racionalizam, o tempo em que estavam juntos poderia ser considerado, mas ela não pensava mais, ela não queria compreender, ela só sentia e por isso entregou-lhe seu coração e tomou para si presença dele em sua vida. Fazia planos mentalmente e estava certa que daria certo. Sentia-se pela primeira livre, embora ainda tivesse presa a algumas amarras da vida, mas ainda assim sentia-se livre com ele. Finalmente encontrara o seu amor.
                Completaram três semanas de amor. Durante esse tempo ele a levou no mais alto do céu, vislumbravam as estrelas mais brilhantes, as nuvens pareciam algodão doce coloridos, a vida sob seus pés às vezes parecia distante, era ele e ela. Foi quando lá do alto céu ele, em sua confusão, a jogou do avião sem para quedas, e ela caiu... Não morreu, mas sofre até hoje do coração.
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Saudade número um...

O fim de semana se aproxima, a semana inteira passa e o desejo de ter ver não finda.
Lembro bem. Teus olhos me fitaram naquela terça-feira, duas contas especialmente brilhantes.
Tua boca ... Ai, tua boca! Queria tê-la agora no meu beijo.
Como sinto tua ausência... Como ainda sinto tua presença, meu amor.
(18/03/11 - Tarde - Curso - Trabalho - Que saco!)


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Primeiro passo... se dar

Tudo começou assim, entrega ao desconhecido.
Naqueles momentos, não precisavam explicações. Eu mergulhei...


Renda-se, como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
 Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Clarice Lispector

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